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A Covid-19 e a gripe espanhola

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Imagem da capa

Por: Eduardo Tavares

    Gente, tenho aproveitado esse período de quarentena para refletir um pouco sobre a vida.
    Ora, tudo é tão efêmero mas, muitas vezes, nós não nos damos conta do quanto é fugaz a vida. A emergência de uma pandemia como esta da Covid-19 serve para nos lembrar de que todo mundo é igual. Nesta hora não existe pobre ou rico, bonito ou feio – todos estamos vulneráveis. Lembrei-me da experiência vivida por ocasião de tantas pandemias ocorridas nos dois últimos séculos, a exemplo da tuberculose, da peste bubônica e, sobretudo, da gripe espanhola, dado o seu grau de letalidade. Grande parte da população mundial foi dizimada por essas chagas.
    Na verdade, a gripe espanhola, causada pelo vírus da “influenza”, foi uma epidemia que se tornou pandemia, espalhando-se pelo mundo de 1918 a 1920, logo após a Primeira Guerra mundial.
    Pesquisas que empreendi revelaram que, curiosamente, apesar do nome “gripe espanhola”, o surto, segundo historiadores, teria surgido nos Estados Unidos da América, e as estatísticas chegam a indicar que mais de 100 milhões de pessoas teriam morrido no mundo todo. Agora, imaginem o número de infectados!
    Aqui no Brasil, a gripe chegou e espalhou-se pelos quatro cantos, mas atingiu, principalmente, os grandes centros. Para se ter uma ideia de sua gravidade, somente em São Paulo cerca de 350 mil pessoas foram infectadas. Muita gente morreu. Pessoas comuns, ricos, poderosos etc. Na época, o presidente eleito do País, Rodrigues Alves, não chegou a assumir para um segundo mandato, porque veio a falecer pouco antes, vítima da doença. Enquanto Estados Unidos, China, Reino Unido e outros países silenciaram a respeito da doença, com receio de que a pandemia afetasse o desempenho das tropas que atuavam no teatro de guerra, a Espanha, que não estava fazendo parte do conflito, divulgava diariamente as consequências da epidemia, de modo que, em todo o mundo, a praga ficou conhecida como “gripe espanhola”, enquanto, como disse acima, as potências ocidentais mantinham o silêncio, com medo que a divulgação afetasse o moral dos soldados, vejam só!
    Até hoje se discute se a gripe espanhola surgiu nos Estados Unidos, na China ou no Reino Unido. A teoria predominante, contudo, é a de que a gripe apareceu em campos de treinamento militar americano.
    Queiram ou não, há uma certa similaridade da gripe espanhola com a Covid-19.
    Convém lembrar, aqui, que o vírus “influenza” que tomou o nome de gripe espanhola se espalhou pelo mundo em três ondas de contágio, entre março de 1918 e maio de 1919, estendendo seus efeitos até 1920. Assim como o novo Coronavírus, as pessoas contagiadas pela gripe apresentavam sintomas como febre, dor no corpo e tosse seca, dentre outros. Nos casos mais graves, pacientes apresentam graves problemas nas vias respiratórias.
    É bom observarmos que, lá atrás, em 1919, nos lugares que não adotavam as medidas de prevenção, inclusive o isolamento, as consequências foram catastróficas. A Covid-19 pertence à classe de vírus que causam infecções respiratórias e a chaga surgiu no finalzinho do ano passado, na China, onde foram detectados os primeiros casos. Pesquisas recentes revelaram que os problemas respiratórios não são causados por distúrbios propriamente pulmonares, mas têm sede nos glóbulos vermelhos do sangue, as hemácias, cuja degeneração provocada pelo patógeno ocasiona a deposição de partículas de ferro nos alvéolos. Essas partículas responderiam pela obstrução alveolar e pela consequente dificuldade respiratória.
    Sabe-se que os primeiros Coronavírus humanos foram isolados, pela primeira vez, em 1937. Mas foi em 1965 que o vírus foi denominado de Coronavirus, em face do seu perfil, na microscopia, parecer com uma coroa. Daí o termo “corona”, em latim “coroa”.
    Para piorar, o Coronavirus é mais letal do que a” gripe espanhola” e, ultimamente, os cientistas têm informado que a Covid-19 é dez vezes mais mortal do que o H1N1, sendo alarmante a velocidade como ele se espalha.
    Ora, gente, sabemos as consequências de outras pandemias, por causa da falta de medidas preventivas. A “gripe espanhola” pode e deve servir de exemplo. Em pleno Século XXI, entretanto, urge que descubramos uma vacina, um medicamento para ser usado contra o Coronavirus. Afinal de contas, a ciência evoluiu ou não, nesses últimos cem anos?
Enquanto não descobrimos a cura, é mais do que importante o isolamento, sem pânico, com certa tranquilidade. Não há outra forma de evitarmos a contaminação. Os números mundiais são alarmantes e é preciso que os governos, os lideres de todos os países tratem sobre o tema Coronaviros com o rigor que o caso requer.
    Neste momento de extremo perigo, haveremos de valorizar a vida. A vida em primeiro lugar. O mundo já contabiliza seiscentos mil casos da doença.
    Hoje a economia é importante, sim, mas é secundária. Sem o devido cuidado, sem a devida prevenção e sem a falta de investimentos na ciência e na tecnologia, o coronavirus levará com ele ricos, industriais, políticos e trabalhadores. E agora? Do que vão servir as preocupações materiais? Recolhimento vertical, mais à frente, não agora, é a medida mais recomendável. Esperamos que logo, logo, estejamos livres desse grande mal, que não escolhe lugar ou pessoa para atacar. A “gripe espanhola” ficou na história. O novo Coronavírus precisa ficar para trás.
É nessas horas que conhecemos os verdadeiros líderes, os verdadeiros profissionais da saúde. É nessa hora que conhecemos a verdadeira solidariedade humana, solidariedade que, entre nós, excele.
    Por enquanto, gente, o isolamento é necessário. Esperamos que já no mês de maio ocorra o declínio da curva da sequência infecciosa.
    Tem uma cansão que diz: “ninguém é de ninguém, na vida tudo passa”, não é? Pois é. Até o vírus passa. O problema é que ele passa e leva com ele milhares e milhares de pessoas, centenas de conhecidos e muitos dos nossos amigos.
    Devemos pensar, nesse momento de dificuldade, nos sem-tetos, nos menos favorecidos pela sorte, nos milhões e milhões de brasileiros que estão se sentindo sós, abandonados.     Pensemos nos excluídos desse País tão belo e tão rico, mas com um povo tão sofrido e espoliado. É grande o fosso que separa a Nação do Estado.
    Façamos a nossa parte.
    Solidariedade. Ajuda. Amor ao próximo. Proteção Divina. Fiquem em casa.