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Cássio Xukuru: “Júlio Cezar enfrenta manifestação contra ações que desrespeitam a história dos povos originários”; ‘negros escravos, Indígenas, e a própria lei’

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      Em entrevista exclusiva ao Blog Extralidades das Alagoas e site Arapiraca News,  Cássio Xukuru-Kariri, Indígena, integrante da Aldeia Fazenda Canto, em Palmeira dos Índios, fala sobre o processo de arbitrariedade do atual gestor daquela cidade.

     Em pleno aniversário de 202 anos de emancipação de Alagoas, a administração atual da Prefeitura de Palmeira dos Índios patrocina uma das perseguições, nunca antes vista, ao povo indígena que deu origem àquela cidade; os Xukuru Kariri, segundo manifestantes.
     Todos sabemos que os povos originários, desta terra chamada Brasil, são patrimônio nacional, ou seja, suas questões estão diretamente ligadas à jurisdição

federal.

Dois atos da atual gestão municipal palmeirense desvendaram  o desrespeito e muita, mais muita falta de conhecimento sobre os direitos constitucionais que regem a proteção da cultura indígena.
Conheça os casos
     A primeira ação do prefeito Júlio Cezar, foi a colocação, em terra demarcada

indígena, de uma imagem da Nossa Senhora do Amparo, padroeira da Cidade.

A segunda ação do prefeito, ainda não se concretizou. É, justamente, a  transferência do Museu Xukuru Kariri, que está instalada em prédio de uma antiga igreja, para um outro prédio particular, que segundo informação, já fora alugado para a transferência. Contudo, o prefeito vem recebendo severas críticas, acompanhado de uma fervorosa manifestação contrária, tanto dos povos indígenas, como também, da sociedade local.
“O prefeito Júlio Cezar vem cometendo arbitrariedades com o nosso povo e com a história de Palmeira dos Índios. Imaginem que ele está usando como desculpa, a armaria,  dizendo que não  pode ser exposta em uma igreja, comentou”, Cássio Xukuru Kariri.
“Ora, O museu  foi instalado em 1971, por Dom Otávio Aguiar, primeiro bispo

diocesano, e um dos fundadores  do Museu  Xurus de história, artes e costumes. Para a instalação do museu, a igreja  do Rosário, passou pelo processo de  dessacralização, ou seja, deixou de ser uma Igreja, um templo consagrado, para se tornar um prédio histórico, como outro qualquer, datado, a sua construção, de 1803/1805. O acervo do Museu  Xurus de história, artes e costumes  expõe e abriga; a arte sacra católica, arte indígena, peças de negros escravizados, cangaço, Política, usos e costumes, armaria, coleção de moedas, entre outras peças que revivem a história não só de Palmeira, como também, a história do Brasil”, finalizou Cássio Xukuru Kariri, liderança indígena e integrante do Conselho Municipal de Cultura de Palmeira dos Índios.

Segundo ainda o líder indígena, Cássio, o que se observa é a falta de respeito com a  própria história, e com a formação dessa comunidade,  todos nós palmeirenses, isto sem falar da intolerável condição do gestor que se coloca acima da lei.
O Caso já é de conhecimento  do Ministério Público Federal. Por isso, nessa quinta feira, 26, foram convocados para uma audiência no MPF, em Arapiraca; a Prefeitura e a Diocese de Palmeira dos Índios, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(IPHAN), o presidente do Conselho Municipal de Política Cultural, e lideranças indígenas.