25 de Abril dia dos Índios!
Invasão, invasão; gritam os brancos brasilianos, ocupantes proprietários do congresso nacional. As etnias silvícolas, da terra de Pindorama, gritam e avançam sob a capital do Brasil; hu, hu, hu, hu, hu, hu, hu. Esses povos originários, verdadeiros donos destas terras, gritaram os seus direitos sob a bandeira brasileira, em pleno Distrito Federal. O Projeto de Emenda Constitucional – PEC 215, tira do poder executivo o direito de demarcações de terras indígenas, e entrega, de mão beijada, para os ruralistas congressistas.
O Brasil, pela primeira vez, sentou na
cadeira dos réus, em pleno Tribunal
Interamericano dos Direitos Humanos. Justamente pelo fato “da falta” de demarcação das terras indígenas. A demora na homologação das terras, o etnocídio, com assassinatos de jovens, crianças, velhos e mulheres indígenas, marcam os desmandos com esses povos.
Um povo que vive à margem de nossos costumes, que é vítima dos nossos conceitos e pré-conceitos formalizados sobre as suas culturas, dão uma lição de senso de direitos e noção de liberdade.
Foram pra cima dos responsáveis e algozes de seus sonhos de reaverem suas terras. A coragem desses povos apareceu sublime e altiva, dispostos a readquirirem a dignidade que tanto o homem branco fala, mas não sabe como conquistar. É isto mesmo, dignidade não se herda se conquista!
Uma sociedade que vive mecanizada, afastada das verdadeiras razões de suas decadências morais e cívicas, recebe com desdém os atos reivindicatórios de uma sociedade eclética e pura nos seus sentimentos, porém, sabedora de seus direitos, como também, sabedora inconteste de seus deveres. Coisinha que a cultura nacional, a cultura dos brancos, não ousa levar em consideração.Vamos para uma greve geral, neste dia 28. Estamos sendo vítimas das nossas próprias escolhas. Mesmo com tanto aprendizado, com tantas universidades, com tanto estudo, somos ironicamente transgredidos em nossos direitos. Logo nós, os brancos donos de tudo. Não! Não temos nada! Não temos, sequer, honra, solidariedade, senso de preservação, não temos noção de nação, eis a verdade. Conclusão doída, e está além da verdade. Contudo, é a realidade pura, nua e crua! Essa lição haveremos de reinventar em nossas memórias. Acontece de tudo, na terra de todos, gozada por tão poucos.
Aos Índios, um pouco mais de respeito, pois somos eles também. Não adianta inventarmos a descendência europeia, porque a temos, como temos, também, a afro descendência. Mas a nossa etnofusão é tema novo, como nova é a nossa democracia, como é, também, esse novo país chamado Brasil. Esse termo, etnofusão, é tão novo, que não existe nem nos corretores ortográficos do Microsoft Word. Dia 25 de abril, foi o dia do movimento pacífico dos Índios, em Brasília. E que terminou em rajadas de balas de borracha, fumaça lacrimejante, e repelente de Índio; muita porrada! Eles foram avisar que essa terra, chamada Brasil, tem muito mais donos que os congressistas afirmam ter. Por isso que a história reservou outro dia para comemorar o dia dos Índios.
Que se fixe nos anais, que agora, de ora em diante, fica instituído o dia dos Índios, a ser comemorado todos os dias 25 de Abril de todas as eras.
Né não?Iapois!
