Tá Lá, Mais um Corpo Estendido no Chão, e aos Pedaços!
São os tempos do Rei Hamurabi, que viveu em 1772ac – antes de Cristo, escreveu um código de Leis(Código de Hamurabi); tem-se como o primeiro rol de leis, para por fim aos excessos, na hora de penalizar quem deu causa a um mau. Substituía a vingança, que sempre era uma pena imposta pelo agredido, desproporcional para mais, no emprego da pena ao ofensor que cometera o crime.
Credita-se ao mencionado Código, também, ser ferramenta que viabilizou a vida humana, em sociedade.
Olho por olho, dente por dente: é Lei de Talião; pena proporcional ao crime cometido; se roubou, indenize; se matou, então morra. Era a reciprocidade da pena. E só uma Entidade poderia dizer a proporcionalidade do castigo: O Estado!
Em Girau do Ponciano, foram presos os envolvidos com o assassinato, por vingança, segundo declaração dos implicados. Dos seis envolvidos, até agora, cinco foram capturados, falta uma jovem de 19 anos, que protagonizou a agonia da vítima inocente.
Os relatos chocaram toda sociedade ponciense, como também, a alagoana.
O grau de crueldade ultrapassa os limiares de qualquer limite aceitável para a compreensão humana e civilizada.
Exatamente em 2016, depois do Código de Hamurabi, mais de três mil anos se passou, e a condição estarrecedora do “modos operandi”, dessa trucidação, assombrou a todos.
A frieza, crueldade, ferocidade, sangue de gelo, almas ausentes, não explicam a vingança pretendida e confessada por esse grupo irresponsável e perverso.
Não se admite ser, também, falta de segurança pública. Este caso nos transporta à mais profunda insegurança social, aos delírios transtornados do estado psíquico desses indivíduos.
A psicologia e a sociologia do coletivo, onde o indivíduo vive e convive, já nos tinha alertado Thomas Hobbes, filósofo Inglês do século XVII, percebeu e afirmou; “o homem é o lobo do próprio homem”. Movido sempre por instinto nato, pelo medo da superioridade do outro, que o levaria ao domínio, conquistado ao viés da força.
Nesse período da história, a vingança continuava existindo, porém, proibida era a sua prática sem a interferência de um moderador, sem a mediação do Estado.
Contudo, o que aconteceu em Girau do Ponciano, faz vítima a sua comunidade, as comunidades alagoanas.
Nas cenas assistidas por muitos, pela INTERNET, vê-se, claramente, a falta do homem lobo, de Thomas Hobbes, tampouco, do indivíduo que se vinga, do código de Hamurabi. Não tinha ali, sequer, animais famintos.
No mundo inteiro, tem-se observado cenas deste tipo e grau de insanidades de seres humanos. A convivência social, em tese, não levaria o ser humano ao estágio irracional, doentio, de espedaçar uma pessoa viva, arranca-lhe, aos pedaços, parte do seu corpo. E todos rindo, eufóricos.
Os cinquenta tons de sadismo que relata a historia da humanidade, leva à todos, indagações perplexas.
Não é só questão de segurança pública. Alguma coisa não está na ordem das coisas.
Deixamos de ser o lobo do próprio homem?
Nós somos ou estamos descobrindo o que realmente somos.
“Afinal, de que é feito o Ser Humano” ?
Enquanto a resposta não é exata;
Tá Lá, mais o corpo estendido no chão, e aos pedaços!