Há 472 Anos nascera a Alma Alagoana!
Penúltimo estado brasileiro em território, maior que Sergipe apenas, Alagoas, para a história do Brasil, se não for a primeira, chega bem perto. O consenso nos leva para uma Alagoas de 16 de Setembro de 1816. E é certo que seja, ao menos, a oficialidade do desmembramento e o início do Estado independente das Alagoas.
No que se refere ao seu território, à época, pertencente a Pernambuco, Alagoas, inicia-se como um canto, berço da alma Alagoana, bem antes de 1817.
Penedo |
Vila Santa Madalena da lagoa do Sul |
Penedo, fundada por Duarte Coelho, entre 1540 e 1545. Em 1611 foi fundada
Porto Calvo |
o Povoado de Vila Madalena de Subaúma, ali era a Alagoas, que também foi denominada, Vila Santa Madalena da lagoa do Sul, hoje a Cidade de Marechal Deodoro, nome dado em homenagem ao proclamador da República, Marechal Deodoro da Fonseca, onde lá nascera. E Porto Calvo, fundada em 1636. O escambo do pau-brasil motivou a criação desses povoados, à época. Contudo, o donatário Duarte Coelho Pereira
incentivara a implantação de Engenhos para facilitar o povoamento local.
Essas três localidades foram os pilares do Estado de Alagoas, pelo menos para a história oficial. Porém, a história real nos presenteia com uma Quarta localidade, também referência cultural na formação do povo brasileiro, sobretudo, o povo alagoano.
Serra da Barriga |
Por volta de 1630, com as constantes investidas dos holandeses, constatou-se o aumento das fugas de negros escravos. Palmares, mais precisamente, Morro do Macaco, erguera-se ali, o Quilombo mais conhecido em todo o mundo, e modelo para os outros mocambos; o Quilombo dos Palmares, palco do maior movimento libertário popular de todo o planeta Terra.
Portanto, Alagoas completa duzentos anos, mas, a alma de seu povo foi forjada muito antes da separação.
O seu folclore representa a cultura de um povo que soube miscigenar as manifestações, tornando-as manifestações genuinamente Alagoanas.
Berço de fatos decisivos para a formação da Nação brasileira.
O Naufrágio do Bispo Pero Vaz Sardinha, que resultou no aniquilamento, quase que total dos Índios Caetés, no Pontal de Coruripe; a expulsão dos holandeses, que se deu em Porto Calvo, culminando com o enforcamento de Calabar;
a luta de Zumbi, pela liberdade, findando com o aprisionamento de Ganga Zumba e, dois anos mais tarde da invasão do Quilombo dos Palmares, com a morte de Zumbi em Sabalangá, Viçosa.
A proclamação da República, patrocinada pelo alagoano, Deodoro da Fonseca, em 1889; em 1912, o Quebra, intolerância religiosa, resultando na perseguição das religiões de matriz africana.
A sua literatura é reconhecidamente primordial, para a cultura Brasileira; tendo vários expoentes, como; Jorge de lima, Ledo Ivo, O velho Graça (Graciliano Ramos), entre outros.
Graciliano Ramos |
A mulher alagoana que mudou a terapia na Psiquiatria, Nise da Silveira, reconhecida mundialmente, também faz parte desta história.
Nise da Silveira |
E o pós-república, com três presidentes do Brasil, todos de Alagoas.
Maceió-Al. |
Parte da Carta de Bento B de Melo |
Apesar dos índices baixos de desenvolvimento social e econômico, vamos comemorar os duzentos anos de nossa emancipação, sabendo que somos alagoanos há muito mais tempo, e capazes ainda, de construir ou reconstruir um estado de direitos e mais socialmente justo.
Alagoas já se destacava antes mesmo de sua emancipação, pela sua economia forte e diversificada, e por sua localização geográfica, como atesta a carta de Bento Bandeira de Melo, sugerindo ao Rei D João VI a separação da Capitania de Pernambuco, datada de 9
de dezembro de 1797. Informação, esta, postada por um filho nobre daqui, Ênio Lins, Jornalista e Alagoano da Gema.
de dezembro de 1797. Informação, esta, postada por um filho nobre daqui, Ênio Lins, Jornalista e Alagoano da Gema.
O Estado é pequeno, porém, sua história é de gente Grande, que merece ser contada nas suas minúcias.
Isto é Alagoas, dentre outros, há 472 anos, berço da Nação brasileira.
E, há 200 anos, o Nosso Estado das Alagoas!
Parabéns!
Por Carlo Bandeira
Editorial do Jornal de Arapiraca
Por Carlo Bandeira
Editorial do Jornal de Arapiraca