200 anos sem Escolas!
Este editorial, hoje, dará lugar a uma súplica. Mais que um pedido, os indígenas, aqui, especificamente os Aconãs, em Traipu, através do Cacique Saraiva, chefe e representante maior da Aldeia, relata, com os olhos descrentes, as promessas que não saem das palavras e nem do papel, “desde os governos pra trás”, como disse o Cacique.
O governo atual, no final do mês de março, promoveu uma reunião com as lideranças indígenas do estado. Entre outras reinvindicações, os Índios cobraram a construção das Escolas Indígenas, em suas Aldeias. “Projeto em convênio com o Ministério de Educação e cultura e o Estado de Alagoas, já há vários anos, disse o Cacique”.
Na Aldeia dos Aconãs, particularmente, foi construída uma escola indígena há mais de Dez anos, aproximadamente. ‘Só que essa escola não saiu do papel, porque as salas de aula dos indígenas continuam sendo as sombras das Árvores e os batentes de suas casas’.
Nesse encontro realizado, em meados de março deste ano, com o Governador e as lideranças indígenas, ficou acordado, que devido a maior anterioridade do caso dos Aconãs, em 15 ou 20 dias, daquela data, o governo do estado enviaria técnicos para a avaliação e estudos da construção das escolas, e principalmente, na Aldeia dos Aconãs, na zona rural de Traipu.
Eis a súplica; “já se passaram 5 meses e ninguém apareceu, nenhuma notícia da ação que ficou acordado. Houve uma ligação da 5ª CRE, Coordenadoria Regional de Educação, e mais nada”.
Em carta à este Jornal, o Cacique Saraiva Irmão, pede-nos ajuda para tentar resolver de uma vez por todas, essa promessa do Governo.
Escreve o Cacique, assim; “Eu quero esta nota bem divulgada, Carlo Bandeira, caso o governo não tome as providências cabíveis, tenho que fazer uma limpa, embaixo de um pé de árvore no campo, e colocar todos os alunos indígenas, pequenos e grandes, para estudar de baixo dela, e só depois, fazer as reclamações cabíveis de todos os direitos garantidos e assegurados na constituição federal para a educação e saúde indígenas”. Concluiu o Cacique.
Disse, ainda, que a promessa foi para todas as Aldeias do Estado que não tivessem sua Escola Indígena.
Que não seja só promessa, só conversa, suplica o Cacique; “Pelo que sei, nenhuma Aldeia foi contemplada com, pelo menos, a visita dos técnicos”.
“Continua tudo como antes, os alunos das Aldeias, embaixo das Árvores, quando não chove. Em corredores de suas casas, ou ainda, caminhar longos percursos, até uma escola fora dos limites das Aldeias”.
Tenha-nos como Irmãos, Cacique Saraiva!
Espero, eu e todo o Jornal de Arapiraca, que tenhamos conseguido ajudar neta causa justa e de direito. E que, também, procuraremos saber se é demora ou descaso.