Editorial: Jornal de Arapiraca/Blog Extralidades
Por Carlo Bandeira
Em Alagoas, o seu pequeno tamanho parece estar só no território.
Os Caciques daqui, dos povos
silvícolas, abriram esta saga de líderes, no continente. A seguir, vieram; os
Reis dos afros e afrodescendente, Ganga Zumba, o Rei de seu povo; Zumbi, o líder dos Palmares; Deodoro e Floriano, os dois primeiros Presidentes do Brasil, marechais e fundadores da república, da república que vivemos hoje; Fernando Color de Mello, primeiro Presidente eleito do Brasil, após 21 anos de regime militar. Teotonio Brandão Vilela Filho e Renan Calheiros, Presidentes do Senado Federal.
E agora? Artur Lira,
Presidente da Câmara Federal. Aqui, não interessa para que time ele torce.
Apesar de todos torcerem pra cá ou pra lá. Mais para lá do que para cá.
Para o segundo menor estado em território do Brasil, Alagoas sempre teve e ainda tem presença decisiva na vida deste país.
Alagoas, tema de debates sociológicos; discute-se, como? mas como? como pode?…
Alagoas tão pequena,
distorce a lógica dos grandes. Favorece o devaneio social e político, o paradoxo
povo rico e povo pobre. A dicotômica condição intelectual contra os saberes e
dissabores de uma população amalgamada no desencanto, pouca alegria e muita
dor. E põe dor nisso.
Eis, as Alagoas! Mistério para muitos e porto seguro para muito poucos. Qual relação há? O que empreendemos disto? Em senso comum e popular, ainda nada. Pois, o “Poder” não se revela para muitos. É coisa para se guardar da maioria a sete chaves.
Que essa influência nos traga mais justiça, mais equidade, menos dependência, menos precisão. Traga-nos mais força, mais clareza, mais retidão.
Na árdua tarefa de ser um simples alagoano filho do Zeferino, compadre da nega Bia, sobrinho do Zé Cabôco, possamos enxergar onde reside o verdadeiro Poder. Que os literatos “cronicistas” e “poetistas” assumam seu verdadeiro papel em difundir a grandeza que um povo tem, a força que ele produz. Se esse povo souber que da fé é que nasce a sua força; que é da sua labuta que o Poder emana; e que é do seu sofrimento a que o “Poder” se destina, seremos capazes de transformar a nossa Alagoas, terra de tantos gozada por tão poucos, em terra de tantos de nós, mera maioria.
Alagoas não é pequenina, tampouco pobre.
Alagoas é grande, só nos falta acreditar que a praça é do povo, como disse o poeta!