Sessão foi marcada por cobranças por ações de proteção às mulheres
Redação com Dicom/CMM
Nesta terça-feira (27) o principal tema da sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Maceió foi o crime brutal que vitimou Valkíria de Brito Cavalcante, cruelmente assassinada pelo ex-companheiro, enquanto trabalhava num shopping center, na capital.
O vereador Siderlane Mendonça propôs um minuto de silêncio: uma demonstração de luto, solidariedade aos amigos e famílias de Valkíria e também um momento de reflexão, sobre a necessidade de reforço nas ações protetivas para as mulheres. A solicitação foi aprovada por unanimidade.
“É extremamente doloroso ver casos como esse, com recorrência. Não podemos deixar de reforçar a necessidade de combater o feminicídio: um crime hediondo, que tira a vida de mulheres em situações discriminatórias ou simplesmente por ela ser mulher. O que também configure um crime de gênero. Sou o único vereador da capital que criou e mantém um projeto social direcionado exclusivamente às mulheres, que também dá suporte à vítimas de violência e precisamos não apenas falar do tema, mas continuar lutando contra isso”, concluiu.
Moção de pesar
Os parlamentares ainda aprovaram, também de forma unânime, uma moção de pesar, proposta pelo vereador Rodolfo barros e subscrita por outros vereadores. A vereadora Olívia Tenório foi uma delas.
“É importante que a gente lembre de tantas mulheres que estão sofrendo violência neste momento. De tantas mulheres que, infelizmente, já sofreram feminicídio. É importante lembrar, não pra que a gente fique chorando, sofrendo todos os dias. Mas pra que a gente pense o que vamos fazer. Mulheres, a gente precisa se unir para que eles parem de nos matar. A gente precisa sobreviver. Eu não quero apenas existir. Eu quero viver de verdade. Ter uma vida digna, oportunidade de trabalho, de sair de casa sem ter medo de sair de casa”, endossou.
E a vereadora Teca Nelma ampliou a discussão, reforçando que a violência contra a mulher chegou a ser até normalizada pela sociedade, diante da recorrência dos casos. Ela ainda apresentou dados preocupantes sobre essa realidade.
“Nós mulheres não aguentamos mais a insegurança contra nós mulheres, que foi normalizada na nossa vida. É tão normal ouvir que alguém foi agredida. Mais uma vez Maceió foi palco de um feminicídio que deixou a todos muito atônitos. O último domingo rememorou o medo e a indignação que as mulheres de nosso estado vivem. Afinal, ocupamos o segundo lugar entre os estados do nordeste e o oitavo do brasil com maior número de assassinato de mulheres”, lamentou.
A vice-presidente da casa, vereadora Silvânia Barbosa, também se pronunciou sobre o caso cobrando providências mais eficazes ao poder público para resguardar a integridade e a vida das mulheres.
“Acho que o poder público já passou da hora de ajudar essas mulheres vítimas de violência. A mulher, antes de tomar qualquer decisão na vida olha primeiro para as ‘crias’ dela. Porque não tem um emprego, não tem pra onde ir, porque é obrigada a aceitar um rendimento que o parceiro leva pra casa pra poder dar uma vida digna aos filhos. E ela abre mão em prol da felicidade e muitas vezes deixa até de sonhar, de acreditar no amor, num relacionamento saudável. Pelas preocupações e marcas da vida dela. Que os gestores comecem a ver uma forma mais rígida de conter esse tipo de violência”, reforçou.